A performance Formas Múltiplas de Continuidade no Espaço marca o ponto de partida da ocupação artística de Alexandre Mury. Realizada nos jardins da Casa de Cultura Villa Maria, essa ação performativa coloca Mury como uma "escultura viva", vestido com uma roupa dourada que remete à obra icônica de Umberto Boccioni, Formas Únicas da Continuidade no Espaço. A performance, no entanto, vai além de uma simples reinterpretação da escultura futurista; ela introduz uma nova camada de significado ao colocar o corpo do artista como centro de um happening colaborativo.

Durante o evento, os espectadores foram convidados a registrar a performance com seus próprios dispositivos e a postar as fotos no Google Maps, transformando a ação em uma obra coletiva. Essa coautoria não apenas expande o conceito da performance, mas também cria um diálogo entre o espaço físico e o digital, unindo os participantes em um processo contínuo de documentar, compartilhar e refletir sobre o evento.

A escolha do happening como formato reforça a efemeridade e a imprevisibilidade do momento artístico. Mury, ao se posicionar como escultura viva, desafia o tempo, a mobilidade e a própria percepção do público, que se torna parte integrante da obra ao capturar e eternizar aquele momento. A performance, assim, reflete sobre a "continuidade" que o título sugere — não apenas como movimento, mas como um conceito que transcende a obra de arte tradicional, incorporando a tecnologia, o público e o ambiente em uma narrativa fluida e colaborativa.

Essa peça inaugura a ocupação e estabelece o tom da exposição, explorando como as formas artísticas podem se multiplicar, transformar e se perpetuar em diferentes espaços e plataformas, tanto físicos quanto virtuais.