Peça #07:

"Futurismo/Passadismo" (texto apagado) 

A Peça #07 faz uma referência direta à icônica obra de Robert Rauschenberg, "Erased de Kooning Drawing", onde o artista apagou um desenho de Willem de Kooning, transformando o ato de apagar em um gesto artístico por si só. Inspirada por esse conceito, a obra "Futurismo/Passadismo" explora a tensão entre o passado e o futuro por meio de um texto escrito em grafite sobre papel, onde as palavras "Futurismo" e "Passadismo" foram apagadas, mas não completamente. Vestígios das palavras permanecem, criando uma memória visual que o espectador deve decifrar.

O gesto de apagar, aqui, serve como uma metáfora para a transitoriedade das ideias e das correntes estéticas. O "futurismo", um movimento que celebrava a velocidade e o avanço tecnológico, encontra seu contraponto no "passadismo", uma referência irônica à nostalgia e à fixação no passado. A relação entre esses dois termos cria um jogo que questiona como a arte, ao longo do tempo, transita entre inovação e tradição.

Assim como na obra de Rauschenberg, onde o ato de apagar se torna uma criação em si, esta peça reflete sobre o que permanece e o que se perde na passagem do tempo. O apagamento parcial das palavras sugere que, embora tentemos esquecer o passado ou reescrever o futuro, ambos continuam presentes, ainda que de forma fragmentada. A memória visual dos termos apagados convida o espectador a refletir sobre o papel da história e da modernidade, da inovação e da permanência.

Ao se aproximar da obra, o público é desafiado a interpretar os traços sutis do grafite, evocando a sensação de que tanto o passado quanto o futuro estão constantemente sendo reescritos no presente. Esta peça, assim, levanta questões sobre a permanência das ideias, a efemeridade dos movimentos artísticos e a complexidade da relação entre o que decidimos apagar e o que escolhemos lembrar.