"Contenção" é uma obra que utiliza a simplicidade de uma bandeja de inox preenchida com água para explorar a noção de continuidade através do limite. A água, um elemento fluido e muitas vezes associado à infinidade, é contida pela bandeja, que lhe impõe uma estrutura e um limite físico.

A obra propõe uma reflexão sobre a tensão entre o que flui e o que é restringido, sugerindo que a continuidade no espaço pode não estar apenas na expansão, mas também na delimitação. A água se adapta ao recipiente, moldando-se aos seus limites e demonstrando que a contenção também é uma forma de dar continuidade a algo que, em estado natural, não teria forma definida.

Ao usar um utensílio cotidiano e um elemento tão comum como a água, Mury convida o espectador a repensar a relação entre o espaço e os objetos que o ocupam. Aqui, a bandeja e a água transcendem sua função utilitária e se tornam símbolos de um equilíbrio entre fluidez e controle, expansão e contenção.